Olááá! Tudo bem? No domingo, fizemos um passeio na Ilha de Paquetá e me dei conta de que nunca falei sobre a “Ilha dos Amores” por aqui.
Então, vamos conhecer e saber o que fazer em Paquetá…
A Ilha de Paquetá
A Ilha de Paquetá está localizada na Baía de Guanabara.
Ela faz parte do Arquipélago de Paquetá com 13 ilhas.
Por ser a maior ilha desse arquipélago, com 8 quilômetros de perímetro, é a mais visitada.
Paquetá tem um formato que lembra um “oito” e contém 12 praias.
Às vezes, por isso, vem as perguntas:
As praias da Ilha de Paquetá são próprias para banho?
Pode tomar banho em Paquetá?
Algumas praias de Paquetá estão próprias para o banho, uma vez que a ilha está situada em uma parte da Baía de Guanabara que recebe as águas que vêm do oceano.
No entanto, sempre quando for, verifique no site do INEA sobre a balneabilidade das praias.
Paquetá é um bairro do Rio de Janeiro
Muitos não sabem, mas Paquetá é um bairro da cidade do Rio de Janeiro.
Sua ligação oficial com a cidade é feita através das barcas que partem do centrinho da ilha e chegam à Praça XV.
Verifique sempre o horário das barcas para Paquetá (e vice-versa) no site da CCR Barcas.
Um pouco da história da Ilha de Paquetá
A Ilha de Paquetá era composta por duas sesmarias que foram ofertadas a dois portugueses como uma maneira de ocupar as terras da Baía de Guanabara.
A intenção era evitar a expansão da ocupação francesa quando eles vieram fundar a França Antártica por aqui.
A parte norte da ilha coube a Inácio de Bulhões e a parte sul a Fernão Valdez.
A parte sul da ilha teve uma colonização mais acelerada, onde se constituiu a Fazenda São Roque.
Lá foi erguida a primeira capela da ilha em 1697, a Capela de São Roque, padroeiro de Paquetá.
Somente 66 anos depois é que foi iniciada a Capela do Senhor Bom Jesus do Monte da Ilha de Paquetá, já na parte norte da Ilha.
Visitas ilustres na Ilha de Paquetá
A ocupação da ilha aumentou a partir das frequentes visitas de D. João VI.
Por isso, uma linha regular de barcas surgiu a partir de 1838.
O acesso também cresceu após a publicação do romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844.
Atualmente, estimativas de 2019 do IBGE indicam que a ilha conta com 3945 pessoas (no Censo de 2010 havia 4147 pessoas).
Ilha de Paquetá: como chegar
O passeio a Paquetá é bem interessante.
Isso porque ele já começa no próprio trajeto.
A barca parte da Praça XV.
Cuidado para não confundir com a que vai a Niterói.
Elas estão em lados distintos.
Ela é confortável e passa, durante os quinze quilômetros que separa a ilha da estação, por pontos bem bonitos da Baía de Guanabara.
Em janeiro/2020 o horário era este:
Aí veio a pandemia…
Nesse meio tempo, tudo mudou…
Inclusive, houve uma grande alteração no horário das barcas para Paquetá.
Por exemplo, em fevereiro de 2022, os horário das barcas estavam assim:
Ilha de Paquetá: o que fazer
O desembarque na estação de Paquetá é uma confusão, normalmente (exceto quando pegamos a barca das 6h30).
Você verá um aglomerado de pessoas oferecendo passeios de carrinho elétrico, outras oferecendo papéis de restaurantes (pegue, pois tem o horário das barcas neles), além de outros serviços de passeios.
Antigamente, havia passeio de charrete com tração animal, mas um decreto da prefeitura proibiu seu uso (ainda bem!).
Caso você não queira fazer esses passeios, à sua direita está a Igreja de Bom Jesus do Monte.
Você pode começar a sua visita por ela, enquanto a aglomeração vai se desfazendo…
Igreja de Bom Jesus do Monte
É a Igreja Matriz de Paquetá.
A primeira capela foi construída em 1763.
Já o prédio atual é em estilo neogótico feito em 1900.
Dedicada ao Senhor Bom Jesus do Monte.
Interessante que essa igreja foi inspirada na Igreja de Bom Jesus do Monte, em Braga (também conhecida como Igreja de Bom Jesus de Braga).
Para saber mais sobre a igreja original em Braga e toda a história envolvida, confira o artigo Bom Jesus de Braga: patrimônio da UNESCO da Ruthia, de O Berço do Mundo.
Na lateral da igreja há uma gruta que jorra uma água que dizem ser benta.
A gruta é dedicada à Nossa Senhora de Lourdes, uma santa muito ligada à água.
Já que falamos sobre isso… O Viajar correndo tem um artigo sobre essa relação da água com N.S. de Lourdes. Portanto, se você quiser saber mais, confira o artigo Santuário de Nossa Senhora de Lourdes.
Terminada a visita, vamos começar o roteiro da volta à Ilha de Paquetá.
Praça Pintor Pedro Bruno
Siga em direção à estação das barcas e explore a Praça Pintor Pedro Bruno (que muitas vezes não é nem notada, já que a aglomeração fica toda ali).
Pedro Bruno nasceu em Paquetá, mas foi estudar na Itália.
Ganhou diversos prêmios, mas voltou e tornou-se o zelador do cemitério do bairro.
No entanto, acabou virando o zelador da ilha toda.
Vamos falar bastante dele neste artigo, pois ele fez muitas benesses para a Ilha.
Assim vamos começar nosso roteiro em direção à parte sul da ilha e depois iremos para norte.
Com isso, fugimos da confusão e correria.
Casa da Moreninha
A casinha rosa, em excelente estado de conservação, foi utilizada nas filmagens da novela A Moreninha, exibida pela Rede Globo nos anos de 1970.
Ela não está aberta à visitação, mas as pessoas sempre param em frente à casa para admirar a arquitetura.
Em seguida, passamos pelo Iate Clube de Paquetá.
E mais alguns metros e algumas paisagens bonitas à frente, chegamos ao Farol da Mesbla.
Farol da Mesbla
Localizado na Praia das Gaivotas, o Farol da Mesbla é uma torre de quase 9,5 metros de altura (9,45 metros para ser mais preciso!).
Ele está ali porque, em frente ao píer do farol, encontrava-se um clube para os funcionários da Mesbla.
Dessa forma, eles poderiam chegar sem problemas à Ilha de Paquetá durante os períodos de nevoeiro.
Bem próximo dali, está mais um ponto turístico da Ilha de Paquetá…
Cemitério dos Pássaros
O único cemitério de aves da América Latina.
Idealizado por Pedro Bruno, conta com 25 lápides para as aves.
Na parede, encontra-se o Painel Poético que contém poesias e letras de músicas que falam sobre aves.
Parque Natural Municipal Darke de Mattos
Depois de ser uma fazenda de extração de caulim, passou a ser propriedade de Darke de Mattos, um importante empresário do ramo de chocolate (dono da fábrica Bhering).
Em 1999, transformou-se em um parque incrível, cheio de árvores, com uma vista linda da Baía de Guanabara.
Atualmente, é um dos pontos de interesse de visitação em Paquetá.
Muitas pessoas fazem, inclusive, piqueniques aqui.
É isso que você vai encontrar no Parque Darke de Mattos…
O Mirante da Boa Vista está sobre um pequeno morro.
Ele possibilita ver uma parte da ilha e, se o tempo estiver bom, a Serra do Mar e o Dedo de Deus.
As fotos ficam lindas aqui…
Saindo do Parque Darke de Mattos, vamos beirando a Praia José Bonifácio.
É lá, portanto, que tem os pedalinhos coloridos.
Praia José Bonifácio
Ela tem esse nome porque em frente a ela está a casa onde José Bonifácio passou um período de exílio após deixar de ser tutor de D. Pedro II.
Na Praia José Bonifácio, também se encontra, desde 13 de fevereiro de 2021, um monumento a São Pedro, como prova de fé e devoção.
O interessante é que, como São Pedro é o guardião das chaves dos céus, várias chaves estão sendo penduradas nos arames que ficam no entorno do monumento.
Uma verdadeira Pont Des Arts em Paquetá.
Conhece a história da Pont des Arts? Não? Então, assista a este vídeo curto:
Ao final da praia, está a Pedra dos Namorados e a Ponte da Saudade.
Na verdade, a Ponte deveria se chamar Píer ou Cais da Saudade, pois ela não é uma ponte, masss…
Ponte da Saudade
A Ponte da Saudade faz parte das lendas de Paquetá.
Ela recebeu esse nome por causa de um escravizado chamado de João Saudade.
Ele costumava ir diariamente ao local rezar para rever sua família que ficou na África.
Um belo dia, aconteceu uma fato misterioso e João Saudade desapareceu.
Pedra dos Namorados
A Pedra dos Namorados também tem toda uma lenda.
Pessoas que estão em busca de um amor podem jogar três pedras, de costas, em direção ao topo da Pedra dos Namorados.
Se uma delas ficar lá em cima, ela encontrará um amor eterno (mais um dos motivos de Paquetá ser conhecida como Ilha dos Amores).
Continuando a volta à ilha, chega-se à Pedra da Moreninha.
Pedra da Moreninha
A Pedra da Moreninha é o local onde a protagonista do romance A Moreninha ia sempre.
Seu acesso é por meio de uma escada.
De lá é possível avistar uma bela paisagem.
Ela é o ponto mais próximo à Ilha do Brocoió, onde se encontra a residência de verão do Governador do Rio.
No entanto, o palácio está bem deteriorado, infelizmente.
Bem pertinho da Pedra da Moreninha, está a Praça de São Roque, nossa próxima parada.
Mas, antes de chegarmos a ela, ainda passamos por mais um ponto de interesse de Paquetá: a Praça dos Ex Combatentes.
Praça dos Ex Combatentes
A Praça dos Ex Combatentes em Paquetá
Praça de São Roque
São Roque é o padroeiro da Ilha de Paquetá.
Nessa praça encontram-se:
- Escola Municipal Pedro Bruno;
- Igreja de São Roque;
- Coreto Renato Antunes;
- Poço de São Roque;
- Casa de Artes Paquetá.
A Escola Municipal Pedro Bruno não está mais no prédio histórico, mas sim em uma construção mais nova atrás do edifício.
Antes de ser uma escola, era sede da Fazenda São Roque.
A Igreja de São Roque é bem simples, mas muito bonita.
Ela possui uma pintura de Pedro Bruno bem próxima ao altar.
Na Praça de São Roque acontecem as maiores festas juninas de Paquetá.
E o coreto Renato Antunes faz parte da festa.
Ali também está o Poço de São Roque, criado para abastecer a antiga fazenda.
Aí temos mais uma história envolvendo amor em Paquetá (e também mais uma lenda…).
Diz-se que se você beber essa água pensando na pessoa amada, ela irá te amar para sempre.
Se é verdade ou não, não dá para testar porque o poço encontra-se fechado.
Ele também é famoso por ter água milagrosa.
Isso porque curou uma ferida na perna de D. João VI.
Bem no cantinho da praça, está a Casa de Artes Paquetá, um centro cultural.
Ali ocorrem saraus e há uma exposição sobre a história da Ilha de Paquetá.
Há, inclusive, um restaurante.
Nunca comi nesse restaurante, mas conheço pessoas que já almoçaram ali e gostaram muito.
Pau da Paciência
Seguimos caminhando pela ilha e chegamos ao Pau da Paciência.
Anteriormente, havia um pelourinho no mesmo local em que hoje está essa árvore.
Preventório Rainha Dona Amélia
Preventório é o nome do lugar para onde os filhos dos portadores de tuberculose eram levados com o objetivo de prevenir o contágio a pessoas consideradas saudáveis.
Ele foi criado em 1927 e, hoje, a instituição presta serviços de proteção social básica a crianças de 2 a 12 anos em situação de vulnerabilidade e risco social.
Atualmente, o local não está aberto à visitação, mas se você estiver com tempo, vale a pena passar para admirar a bela fachada.
Parque dos Tamoios
E logo já se chega ao Parque dos Tamoios, mais uma obra de Pedro Bruno.
A ideia era homenagear os índios Tamoios, que ocupavam a Baía de Guanabara antes da chegada dos colonizadores.
Ao lado do Parque dos Tamoios está o Caramanchão dos Tamoios.
Divisão das Sesmarias da Ilha de Paquetá
Baobá Maria Gorda
Um pouco mais à frente, chega-se ao Baobá Maria Gorda.
Essa árvore também tem uma lenda envolvida na sua história…
Conta-se que a escravizada Maria Apolinária não aceitava sua condição e dizia que iria marcar a história.
Um dia, misteriosamente, ela sumiu de sua rede e nunca mais foi achada.
Entretanto, no dia de seu sumiço, percebeu-se que uma planta havia brotado na frente da casa de seu senhor.
Era o Baobá que foi chamado de Maria Gorda, por ser o apelido de Maria Apolinária.
Ela, enfim, marcou a história e encontra-se enraizada em Paquetá.
É, inclusive, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
E se você abraçar e der um beijo nela, será recompensado com sorte eterna.
Claro que eu fui, né?
Próximo ao Maria Gorda está o Canhão de Saudação a D. João VI.
Relíquia dos tempos em que D. João ia à ilha e era saudado por ele.
Na verdade, havia mais um canhão.
No entanto, ele se perdeu.
Praça Bom Jesus do Monte
Andando por alguns metros, chegamos à Praça Bom Jesus do Monte.
Ali você deve achar muitas garças.
E também irá ver que elas ficam de olho no mercado de peixe que acontece por lá.
Nessa praça também estão vários bares e restaurantes.
Seguindo mais um pouco, estamos de volta à Igreja de Bom Jesus do Monte e fechamos a nossa volta à ilha.
Como se locomover na Ilha de Paquetá
Depois dessa volta à Ilha de Paquetá, você vai notar que as ruas são de saibro.
Além dos carrinhos elétricos (e veículos como ambulância, polícia, bombeiro e Comlurb), não há carros passando.
Portanto, o meio de transporte mais comum é a bicicleta.
Mesmo assim, fique atento, pois há o risco de acidentes com elas, já que algumas pessoas andam em alta velocidade.
Informações importantes sobre o passeio a Ilha de Paquetá
Os carrinhos elétricos têm capacidade para 5 adultos ou 4 adultos e 2 crianças até 5 anos.
O valor do passeio é dado pelo veículo completo: R$ 80,00 (aproximadamente, 40 minutos) ou R$ 100,00 (aproximadamente, 60 minutos).
Onde ficar na Ilha de Paquetá
Paquetá também conta com diversas pousadas e hotéis.
Portanto, aproveite para dar uma conferida nas opções e fazer a sua reserva.
Eu nunca dormi em Paquetá, mas conheço diversas pessoas que foram e amaram.
Sendo assim, confira opções de hotéis e pousadas na Ilha de Paquetá: Ilha de Paquetá Hotéis e Pousadas
Corrrida na Ilha de Paquetá
Definitivamente, Paquetá é um excelente local para correr…
Suas ruas de terra batida proporciona ao corredor uma experiência de corrida incrível.
Em outras palavras, vale super a pena correr em Paquetá.
Eu mesma fiz os 10 km da Maratona do Rio correndo na Ilha de Paquetá.
Se quiser conferir como foi, tem o artigo: Maratona do Rio, como foi a edição virtual do Desafio 10 k + 21 k.
Se você gosta de correr e quer fazer um running tour em Paquetá, entre em contato.
O running tour é uma excelente maneira de conhecer os pontos turísticos da Ilha de Paquetá.
Quer saber mais sobre running tour na Ilha de Paquetá? Então, confira o artigo Correndo em Paquetá: Running Tour!
E, se você prefere assistir a ler, confira os vídeos abaixo:
E aí? Já fez algum passeio na Ilha de Paquetá? O que achou da experiência? Conhecia as lendas da Ilha de Paquetá?
Além disso, tem mais alguma informação para complementar?
Então, conte aqui nos comentários e vamos continuar esta conversa…
Hoje fico por aqui!
Portanto, um super beijo e até a próxima,
Carolina
Aliás, veio para o Rio correr e quer fazer passeios para conhecer a cidade? Então, confira: Rio de Janeiro: o que fazer na Cidade Maravilhosa
Ademais, quer saber mais sobre running tour? Portanto, confira o artigo Running tour.
Além disso,
Respostas de 2
Carol,amei o passeio por Paquetá. Sempre a achei lindinha mas nunca tive a oportunidade de ir até lá. Uma pena! E sabendo agora de tanta história que a cerca, é lógico que, quando puder sair de novo (um dia!!), vou querer passear por essa Ilha dos Amores! Vai comigo? Beijos
Cara Márcia, acho que, quando você vier, vamos precisar de 100 dias para podermos fazer tudo o que pretendemos, ha ha ha ha…
É claro que vou!
Um super beijo,
Carolina