Olááá! Tudo bem? Hoje falaremos sobre a Fonte Wallace, as fontes tradicionais de Paris.
As Fontes Wallace são verdadeiras obras de arte que adornam a Cidade Luz, mas o que muitos não sabem é que essas fontes também se encontram espalhadas pelo mundo.
Portanto, neste artigo, exploraremos a história e a importância da Fonte Wallace, destacando sua presença em diversas partes do mundo, inclusive aqui no Brasil.
Então, vamos lá?
A Fonte Wallace, também conhecida como “La Fontaine de Tourny,” é uma homenagem ao inglês Sir Richard Wallace, que viveu muitos anos em Paris.
Devemos lembrar que água gratuita e de boa qualidade ainda não era acessível à maioria das pessoas no século XIX.
Portanto, elas não hesitavam em tirar a água do Rio Sena.
No entanto, nesse rio eram desaguados os esgotos da cidade, o que, provavelmente, contaminava a água.
Com o cerco de Paris e da Comuna em 1871, muitos cidadãos passaram a recorrer à bebida alcoólica como forma de escape pela violência e pela ausência de água potável.
Sendo assim, Richard Wallace viu, em primeira mão, os efeitos devastadores do consumo de álcool quando a água potável não estava acessível.
Dessa forma, Sir Richard Wallace e outros viam como um dever moral evitar que os menos privilegiados caíssem no alcoolismo, simplesmente, porque não tinham mais nada para beber.
Wallace doou 50 bebedouros em um primeiro momento.
Na verdade, a primeira fonte Wallace foi instalada em 1872 no Boulevard de la Villette.
E, depois, doou mais 10 em 1876. E mais 10 em 1879.
O modelo grande com cariátides é o mais comum, mas também existe um modelo de parede e um modelo com colunas.
Atualmente, 107 Fontes Wallace podem ser vistas em Paris.
O que torna a Fonte Wallace tão especial são seus detalhes ornamentados.
Na verdade, elas são uma verdadeira obra de arte…
Para começar, quatro cariátides (estatuetas de mulheres substituindo uma coluna) representam uma alegoria: Simplicidade, Bondade, Sobriedade e Caridade.
Como distinguir? Pela maneira como cada uma dobra os joelhos ou posiciona os pés e pela forma como cada túnica é drapeada.
Interessante que algumas vertentes afirmam que elas representam, na verdade, as quatro estações do ano. E aí misturam tudo: a simplicidade a primavera, a caridade do verão, a sobriedade do outono e a bondade do inverno.
Por serem quatro figuras femininas, a Fonte Wallace foi apelidada de “templo das quatro deusas”.
Elas não foram colocadas ali por acaso…
A bacia elevada e as cariátides ajudam a evitar a estagnação da água, evitando a contaminação.
Também evitam que animais pudessem beber e contaminar a água.
Além das cariátides, há diversos motivos florais, demonstrando a habilidade e criatividade artística.
Uma curiosidade…
Até 1952, copos de estanho ficavam ao lado dos bebedouros presos por uma pequena corrente para que moradores e turistas pudessem utilizar as fontes.
No entanto, por uma questão de saúde pública, foram retirados.
Portanto, você pode pegar água hoje utilizando a sua própria garrafa.
Hoje, há 107 fontes desse tipo nas ruas da capital.
As fontes funcionam como no primeiro dia e fornecem água potável para turistas e parisienses.
O escultor Charles-Auguste Lebourg utilizou o ferro fundido, material resistente e de fácil produção.
As fontes possuem três partes (base, parte central e tampa) que pesam 600 quilos.
Os primeiros exemplares foram produzidos pela Fundição Val d’Osne (aqui no Rio de Janeiro temos vários monumentos dessa fundição).
Posteriormente, as fontes foram produzidas pela Générale Hydraulique et Mécanique (GHM) Sommevoire, empresa que assumiu a fundição Val d’Osne em 1931 e que ainda hoje a explora.
Para distinguir as fontes originais da Val d’Osne ou suas partes das réplicas posteriores produzidas pela GHM, basta saber que originais apresentam duas marcas no topo do pedestal da base de oito lados.
De um lado aparece o nome do escultor, CH. LEBOURG SC, com o ano de 1872, no lado oposto aparece o nome da fundição, VAL DE OSNE.
Se tiver a marcação GHM, já é a réplica.
Quem escolheu a cor foi Napoleão III e seu desejo de introduzir a natureza na cidade.
Além disso, a cor foi imposta pela cidade de Paris por uma questão de consistência da paisagem urbana (bancas de jornais e colunas de Morris).
Apesar de sua característica ser verde, há sete exemplos de Fontes Wallace de cores diferentes.
Elas estão na cidade desde 2011 para trazer um toque de modernidade e aumentar sua visibilidade.
São duas vermelhas, duas azuis, uma amarela, uma amarela dourada e uma rosa.
Como curiosidade, há uma Fonte Wallace branca puramente ornamental no 14º arrondissement.
Ela não está conectada à rede de distribuição de água.
Se você estiver indo a Paris e quiser fazer um “tour de Fonte Wallace”, o site da Eau de Paris tem um mapa interativo com a localização de todas elas.
Você pode conferir em Fonte Wallace em Paris.
O impacto da Fonte Wallace não se limita às ruas de Paris.
Na verdade, elas estão além das fronteiras da Cidade Luz.
Isso porque réplicas e inspirações dessa obra de arte estão em várias partes do mundo.
A maioria está localizada em outras partes da França, mas muitas Fontes Wallace podem ser encontradas em todo o mundo.
A Sociedade das Fontes Wallace está em processo de verificação de locais, obtenção de imagens atuais de fontes e coleta de informações para desenvolver uma página da web para cada local.
Alguns exemplos é que você pode encontrá-las em Londres, Montreal, Moscou, diversas cidades dos Estados Unidos, Zurique, Genebra, Maputo, Amã, Kyoto, entre outros locais, inclusive no Rio de Janeiro.
As Fontes Wallace do Rio de Janeiro foram doadas por seu idealizador ao governo brasileiro.
Receberam tombamento como Patrimônio Cultural Carioca, de indiscutível relevância histórica e, sobretudo, artística.
Você pode encontrar os exemplares “cariocas” em:
Considerada uma relíquia do antigo Império.
Santa Cruz já foi terras agrícolas reais e residências rurais de propriedade da nobreza monárquica.
Por isso, esse pode ter sido o motivo da instalação da Fonte Wallace, que serviu como um ponto de abastecimento de água potável para os habitantes locais.
Antes ficava localizada em frente à Fazenda Imperial.
Atualmente, a fonte está na Praça Dom Romualdo.
Foi um presente do governo francês em algum momento da década de 1880.
Auguste Glaziou, paisagista francês e botânico que foi diretor de parques e jardins no Rio, colocou a Fonte Wallace em sua atual localização: o Largo dos Manacás.
A fonte foi repintada várias vezes usando tinta verde, cinza e preta.
Fonte Wallace que está no Parque da Cidade provavelmente chegou ao Brasil na mesma época dos outros exemplares.
No entanto, há poucas informações disponíveis sobre esta fonte.
Sabe-se que esteve na Praça Calcutá, mas foi retirada e guardada no depósito da Prefeitura.
Lá ficou até 1996, quando foi para o Parque da Cidade.
No Jardim Botânico do Rio de Janeiro é possível observar a existência de várias Fontes Wallace do chamado modelo mural, também chamadas de bebedouros, produzidas para ambientes mais urbanizados.
Em resumo, a Fonte Wallace é uma obra de arte que vai muito além de sua função estética. Ela é um símbolo da história de Paris, e sua presença global atesta sua influência duradoura.
Ao explorar essa fonte única e suas réplicas ao redor do mundo, podemos apreciar a beleza atemporal que ela representa.
Você conhece algum exemplar da Fonte Wallace? Já bebeu água em algum deles? Sabia de toda essa história relacionada a essas fontes de Paris? Além disso, você tem mais alguma informação para complementar?
Então, escreva aqui nos comentários e vamos continuar esta conversa!
Vou aguardar sua mensagem, mas hoje fico por aqui!
Portanto, um super beijo e até a próxima,
Carolina
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