Por Carolina Belo
A região de Petrópolis, até o século XVIII, era habitada pelos índios coroados. Tanto que o local era conhecido como "Sertão dos Índios Coroados". 🔎 Eu sempre explico nos meus tours essa questão do sertão... A ideia aqui não é ser um local seco (pois muitos associam ao Sertão Nordestino), mas sim um local afastado do centro urbano. 🔍
Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, e sendo local de passagem seguro para o escoamento do ouro, a região começou a ser ocupada por não indígenas. Em 1822, o imperador D. Pedro I, a caminho de Minas Gerais, hospedou-se na fazenda do Padre Correia e ficou encantado com o local
Quis porque quis comprar a fazenda, mas, como não quiseram vendê-la, ele comprou a vizinha: a Fazenda do Córrego Seco que virou a Imperial Fazenda da Córrego Seco. Como ele teve que voltar para Portugal em 1831, a fazenda caiu na mão de credores. O governo brasileiro conseguiu recomprar em 1839 e, 4 anos depois, em 16 de março, D. Pedro II assinou um decreto imperial pelo qual determinava o assentamento de uma povoação e a construção de um palácio de verão (atual Museu Imperial).
O responsável pelo projeto de construção foi o major e engenheiro alemão Julius Friedrich Koeler.
O nome do local foi sugerido pelo mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa, que se inspirou na cidade russa São Petersburgo.
Para povoar Petrópolis, o governo estimulou a imigração de alemães. Eles chegavam com terra garantida, mas precisavam pagar uma taxa anual (enfiteuse). Caso vendessem o terreno, teriam que doar uma parte à Casa Imperial (laudêmio), prática que acontece até hoje para quem vende imóvel na área que era a Fazenda Córrego Seco.
🔎 Uma curiosidade: A ocupação foi feita nos vales ao longo do rio Piabanha e seus afluentes, com as frentes das casas voltadas para o rio. A intenção é que ele não se tornasse esgoto. Também focou na arborização de ruas e praças e na canalização de alguns riachos. Tudo para evitar os deslizamentos das encostas, decorrentes das chuvas de verão, problemas registrados desde aquele tempo. 🔍
D. Pedro II governou o Império, por pelo menos 40 verões, em Petrópolis. Com isso, grande número de habitantes da cidade do Rio de Janeiro também ia para lá no verão para Petrópolis para fugir do calor e dos surtos de febre amarela.
1861 – Inauguração da primeira rodovia pavimentada do Brasil, a Estrada União e Indústria, ligando à cidade de Juiz de Fora. 1883 – Chegada da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará (futuramente, Estrada de Ferro Leopoldina).
Em 29 de setembro de 1857, a localidade foi elevada à condição de cidade. Assim, outros benefícios foram surgindo na região:
Então, em 1889, deu-se início ao Período Republicano. Os presidentes também passavam “alguns dias” em Petrópolis durante seus mandatos, principalmente Getúlio Vargas. E vários fatos importantes também aconteceram por lá: 1894 a 1902 - Capital do estado do Rio de Janeiro, em substituição a Niterói, devido à Revolta da Armada.
1897 - Primeira sessão de cinema na cidade. 1903 – Assinatura do Tratado de Petrópolis, que incorporou o Acre ao Brasil. 1916 – Criação da Prefeitura de Petrópolis. 1918 – Construção da Casa de Santos Dumont na cidade. 1943 – Inauguração do Museu Imperial. 1981 – Petrópolis recebe o título de Cidade Imperial.