Olááá! Tudo bem? Hoje falaremos sobre a primeira edição da Forge Trail Run, prova de trilha que aconteceu em Petrópolis.
Com o lema “Desistir nunca foi opção”, acho que só quem esteve por lá pode compreender o que isso realmente significou.
Então, se você não esteve, vamos lá descobrir o porquê?
Aliás, se você esteve, vem também relembrar e depois me diga se sua percepção foi esta também…
Forge Trail Run
Com organização de Luiz , a Forge Trail Run aconteceu no dia 2 de abril de 2023.
A prova contou com duas distâncias: 8 km e 25 km.
A primeira largou na Locanda Bela Vista, em Itaipava (no Terceiro Distrito de Petrópolis).
Já os corredores de 25 km largaram de Secretário (no Quarto Distrito de Petrópolis).
A chegada de ambas foi na Locanda Bela Vista.
O congresso técnico aconteceu online através de uma live que ficou disponível no canal da prova no YouTube.
O que me chamou muita atenção foi a recomendação de cuidado, porque estava cheio de buracos de tatu no caminho.
E foi justamente isso que ficou na mente a semana toda, mas isso vou deixar para meu relato pessoal já já, hehehehe…
Afinal, virar o pé “também não era opção”.
A entrega de kit aconteceu nos dois dias que antecederam a prova no Galpão Caipira de Secretário.
Além disso, teve entrega de kits no dia do evento.
Eu achei isso ótimo, porque facilita para quem não pode ou não quer chegar com antecedência na cidade.
O kit veio em uma sacolinha plástica e contou com o número de peito, uma camiseta de tecido tecnológico e brindes de patrocinadores (um produto anti atrito e granola doce e salgada).
Minha experiência na Forge Trail Run
Não houve um jantar de massas oficial da prova.
Portanto, nós fizemos o nosso em um restaurante bem legalzinho em um dos shoppings de Itaipava.
Ida para o local de largada
Para quem não foi de carro ou não se hospedou em Secretário, havia a possibilidade de um transfer que sairia às 5h da Locanda Bela Vista.
E lá fui eu levantar 3h50… Mas sempre animada, hahahaha…
O transfer atrasou para sair, mas chegamos a tempo para a largada.
Largada da Forge Trail Run
Inicialmente, houve um tempo com algumas palavras do Luiz e, logo, já tivemos a contagem regressiva…
A parte inicial eu já tinha uma lembrança, pois era o trecho final da XC Run Itaipava que eu havia feito duas vezes (2014 e 2015).
Como tenho uma boa memória visual, eu me lembrava bem desse final (que foi o início da Forge Trail Run 25 km).
Tudo estava bem, chão de terra batida, paralelepípedos, mini subidas, pontes… Até que…
Erro no caminho causado por um “ser sem luz”
Nós fomos informados tanto no Congresso Técnico quanto antes da largada de que haveria marcações com cal pelo caminho, além das fitas zebradas.
Um X significava não passe enquanto a seta era para seguir.
Pois bem… Em um determinado trecho do caminho, havia uma marcação com um X.
Todos viraram para a direita, onde havia uma faixa zebrada LOGO EM SEGUIDA presa a uma árvore.
Estamos subindo, quando, de repente, vários corredores estavam voltando dizendo que o caminho estava errado.
Não é possível, tinha um X!!!
Realmente, tinha… Um X que algum ser sem luz havia feito para atrapalhar…
E a pessoa ainda foi mais sem luz ainda por colocar a fitinha zebrada logo na entrada do caminho errado…
Enfim, voltei… Nessa brincadeira sem graça, aumentei mais 1 km, mas ainda teve gente com quilometragem maior…
Caminho correto, subidinhas na civilização ainda.
Posto de hidratação 1
Por volta do km 8, havia um posto de hidratação.
Eu nem vi o que tinha, pois a minha paixão na corrida fez meu olho brilhar e só focar nela: a força da Coca-Cola.
Devidamente açucarada, comecei a descer.
Nesse ponto, tivemos um single track e comecei a interagir com as pessoas.
Encontrei André, do Canal Papo de Corrida, e conheci Caio e Paulinha.
E assim fomos até “a terceira torre”.
Torres pelo caminho
Eu me lembrava dessas torres também do trajeto da XC Run.
E minha lembrança era bem específica: estava com medo, pois estava completamente sozinha naquela vez e com um mato mega alto.
Aí, claro que a mente doentia de Carolina já começou a pensar bobagem, né?
Ainda bem que, desta vez, estava com várias pessoas por perto.
Até chegarmos à terceira torre, foram várias valas de terra, causadas pela erosão.
Os bastões ajudaram bastante, mas senti uma leve puxada no meu tornozelo esquerdo.
Enfim, não devia ser nada demais…
Terceira torre…
Então, era hora de virar à esquerda e subir em direção ao Morro da Mensagem…
No meio do caminho havia uma pedra…
No caminho para o Morro da Mensagem há uma pedra com uma placa nela.
É uma homenagem a Oliver Ochs, um montanhista experiente membro do Centro Excursionista Petropolitano.
Apesar de sua experiência, sofreu um acidente enquanto guiava uma pessoa ao Morro da Mensagem e morreu ali.
Portanto, nada de ir pela pedra… O trajeto era contornando a mesma.
Por isso, descemos pela trilha lateral e, claro, quem desce precisa subir novamente…
Ah essa subida…
Caio foi na frente guiando e ele mostrou cordas.
Fui me apoiando nelas, mas os bastões estavam me atrapalhando…
E eu atrapalhando quem vinha atrás.
Dei espaço para um menino passar e pedi que ele levasse meus bastões e os deixasse na parte mais alta que ele conseguisse.
Ele subiu e deixou os bastões mais em cima.
Eu não sei quem ele é, pois estava em um pânico absurdo que não me permitiu ver.
No entanto, MUITO OBRIGADA pela ajuda.
Passado o sufoco, era hora de seguir pela crista e encontrar o Morro da Mensagem e seu caderninho, ops, Livro de Cume.
Morro da Mensagem
Achei um montinho. Era um saco plástico com um peso em cima.
Na hora me lembrei do Congresso Técnico e do livro de cume que o Luiz havia falado.
Abri meio receosa.
Afinal, vai que é outra coisa? Mas a curiosidade é sempre maior, né? Hahahahaha…
E realmente, era o Livro de Cume do Morro da Mensagem.
Registrei minha passagem, com uma letra péssima, pois estava sem forças já.
E assim seguimos por mais uma trilha…
Ela estava aberta, mas o capim cortante estava lá, depositado no chão, além dos buracos de tatus.
Isso fez com que tivéssemos que levantar bastante as pernas, o que cansava um pouco mais.
Virava e mexia vinha um vento uivante que me deixava com medo de cair.
Tanto que eu me rastejei em alguns momentos durante a nova subida que se descortinava na minha frente (está no vídeo).
Faltando alguns mini metros, ouvi um Carol.
Era Caio e André que estavam em um mirante.
Aproveitei para comer rápido, beber água e apreciar um pouco a paisagem em segurança.
A famosa Maria Comprida estava encoberta e não foi ali que matei a vontade de vê-la.
Seguimos ao lado de uma cerca de arame farpado e começamos a descer por uma trilha muito inóspita, para usar uma palavra diferente, hahahahaha…
Deixei um dos meus bastões com André, porque a descida era insana e logo veio uma outra subida.
Senhor, que medo…
Ventava tanto que eu achei, de novo, que fosse ser empurrada para o precipício.
Não, eu não estou tão magra assim. É que essa era a impressão mesmo. De dar um desequilíbrio e tombar…
Virei lagartixa e fui me arrastando e me agarrando na vegetação.
Foi uma força acima do comum…
E assim, cheguei à Pedra de Itaipava.
Pedra de Itaipava
Cheguei à Pedra de Itaipava em um estado deplorável, de tanto que arrastei e me agarrei à vegetação…
Que surpresa encontrar uma pessoa ali.
Era o Sidney!
Ele perguntou se eu estava bem (deve ter visto minha cara de pânico).
Com minha afirmativa, ainda perguntou se eu conhecia o relevo e se eu queria que ele explicasse.
Lóóóógico que eu queria. Como não?
Na verdade, eu queria ver a famosa Maria Comprida, mas ela ainda estava encoberta.
Então, se não tem Maria Comprida, vamos das montanhas das redondezas!
Ele se ofereceu para tirar uma foto e claro que não perdi a oportunidade.
MUITO OBRIGADA, Sidney pela gentileza e pelas explicações!
Surpresas na descida da Pedra de Itaipava
Hora de descer, com muito cuidado, porque meu tornozelo estava se manifestando e, de novo, machucar o tornozelo não era uma opção.
Aproveitei que estava sozinha para rezar um terço.
Assim, mantinha a mente ocupada e atenta, além de receber mais energias positivas para enfrentar o asfalto depois de tanta terra, subida e descida.
Na descida, encontrei um cara subindo que me disse:
Parabéns, tem um posto de hidratação a 500 metros.
Agradeci e pensei: Coca-Cola.
E desci, ainda rezando e cuidadosa.
Depois de um tempo, nada do posto de hidratação.
Lembrei-me da fala do cara subindo e ainda pensei: meu Deus, a percepção de distância dele é um pouco diferente da minha. Não pode ser só 500 metros!
Nisso, passou uma menina por mim e deu uma força, falando para irmos juntas e tals.
E fomos…
O nome dela é Ana Paula e ela disse que o namorado dela tinha subido para encontrá-la.
E quem era ele? O “cara dos 500 metros”.
Na mesma hora eu já falei:
Meu Deus, que 500 metros são esses que não chegam?
A vantagem (ou não) dessas provas longas é que elas me afetam tanto que eu perco um pouco do “filtro” e falo o que vem na mente, hahahaha…
Rimos e depois de um tempo, realmente, o posto de hidratação chegou.
Posto de hidratação 2
Encontrei o André novamente, que me devolveu o bastão, bebi uma e peguei outra Coca-Cola para levar.
O namorado da Ana Paula foi embora e nós continuamos.
Ela ainda perguntou se eu queria que eles levassem meu bastões.
Como não íamos precisar mais, aceitei. MUITO OBRIGADA!!!!
Na BR-040…
Seguimos conversando pela BR-040.
Entramos por algumas ruas internas, mas eu nem prestei muita atenção nelas.
Naquele momento, eu já não estava apreciando o caminho (lema da Rio Running Tour: Corra apreciando o caminho).
Eu queria mesmo era chegar.
E foi na Saída 61 da BR-040 que entramos para chegarmos próximas ao Parque Municipal de Petrópolis.
Não sem antes, passarmos embaixo da famosa ponte…
Ponte
Essa ponte também fazia parte do trecho da XC Run, mas do segundo trecho da dupla.
Como eu sempre fiz o primeiro, nunca tinha tido a oportunidade de passar por ali.
Mas com a Forge Trail Run deu, hahahahaha…
E Otávio estava na saída dela, pronto para registrar esse momento épico!
Entramos no Parque Municipal e seguimos por uma rua até chegarmos à Locanda Bela Vista.
Chegada da Forge Trail Run
Fizemos um contorno até alcançarmos a linha de chegada.
Quando estávamos nos aproximando, Ana Paula perguntou:
Podemos dar as mãos?
Ela foi bem educada em perguntar, porque eu já ia pegar na mão dela, heheheheh…
Não falo que essas distâncias longas afetam minha mente e tiram o filtro?
E assim chegamos, de mãos dadas e festejando por tudo o que havíamos passado.
Afinal, foram mais de 6 horas de diversas emoções e dificuldades, sejam elas físicas, mentais, emocionais e “relacionais”.
Inclusive, escrevi isso para Ana Paula…
“Dificuldades relacionais” virou uma nova expressão para dificuldades com pessoas durante a prova: as que te xingam porque você está tentando subir em pânico a ribanceira e as atrasam, as que desejam mal a você, porque está na mesma faixa etária, aos espíritos sem luz que mudam marcações de propósito, entre outros…
Recebemos nossas medalhas.
A pessoa que estava entregando se chama Guiomar e, mesmo eu estando IMUNDA, ela me deu um abraço que me levou às lágrimas.
Ali foi a finalização da prova realmente. MUITO OBRIGADA!
Ficamos um tempo na arena, mas como meu tornozelo estava completamente aloprado, era melhor ir embora logo para almoçar e descer a serra.
Por garantia, já taquei um Cataflan e gelo no restaurante mesmo.
Confira como foi a experiência no vídeo sobre a Forge Trail Run.
Finalizando (ou não)
Chegando à casa, meu tornozelo estava uma bola.
Fiz um tratamento científico (tomei um remédio, fiz drenagem, coloquei gelo, usei meia de compressão) e “religioso” (reiki e oração).
No dia seguinte, minha mãe trouxe a botinha e fui à minha ortopedista…
Sinovite por excesso de uso.
Então, estou aqui de repouso, com o pé para cima, medicada, enquanto escrevo este texto.
A ideia é melhorar rápido, porque “machucar o tornozelo nunca foi uma opção” e temos running tour chegando, além de outros desafios!
Você gosta de participar de corrida de trilha? Também participou da Forge Trail Run? Além disso, tem mais alguma informação para complementar?
Então, escreva aqui nos comentários e vamos continuar esta conversa!
Sendo assim, aguardo a sua interação, mas hoje vou ficar por aqui!
Portanto, um super beijo e até a próxima,
Carolina Belo
Eu disse que era “ou não”…
Fui convidada pelo Luiz Henrique, organizador da prova, para participar da Forge Trail Run.
No entanto, tudo o que está exposto no texto é de acordo com a minha percepção da prova, expressando a minha real experiência, sem nenhum tipo de “média” ou de super valorização por ter recebido a inscrição.
Como contrapartida, ajudei na divulgação e fiz, inclusive, uma série de postagens no Instagram contando um pouco sobre Petrópolis (história, geografia, curiosidades, entre outros).
Aproveitei e compilei em web stories aqui no Viajar correndo. Confira…
Aliás, que tal nos acompanhar no Instagram também? É só seguir o Viajar correndo.
Além disso, para mais provas de trilha, não deixe de conferir Corridas de Trilha no Viajar correndo.
E como falei bastante da XC Run Itaipava, veja como foram as experiências com essa prova.
Ademais, para outros artigos sobre trilhas, confira Trilhas no Viajar correndo ou acesse estes artigos:
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