Olááá! Tudo bem? Hoje falaremos sobre a UAI Reverse 65 km…
Já pensou em encarar um desafio tão intenso que mexe com o corpo, a mente e até com a alma?
Se sim, este texto é para você, porque foi exatamente isso que vivi ao participar dos 65 km da UAI Reverse, uma ultramaratona que percorre o inspirador Caminho dos Anjos, no sul de Minas Gerais.
Inclusive, o nome Reverse é por conta do percurso em sentido contrário à tradicional UAI (Ultramaratona dos Anjos Internacional), mas com a mesma essência de superação.
Entre subidas, descidas e paisagens de tirar o fôlego (mesmo com chuva), cada quilômetro me levou a descobrir forças que nem sabia que tinha.
Ah, e tudo isso no formato “Survivor”, onde você mesmo é responsável por hidratação, alimentação e, claro, por manter a cabeça no lugar!
Neste artigo, vou compartilhar como foi essa jornada transformadora e cheia de aprendizados, que começaram no processo do treinamento e culminou no dia da prova.
Além disso, vou mostrar como cada passo me aproximou das asas que, segundo o lema da prova, todos nós temos – mesmo que ainda não saibamos disso.
E, para você que busca inspiração ou até quer encarar o desafio da UAI Reverse, fica o convite: acompanhe minha experiência e descubra o que essa prova tem de tão especial.
Ah, e no final, vou deixar o link para o vídeo em que mostro mais alguns detalhes e muita emoção!
Preparado para seguir comigo nessa aventura?
Então, vamos lá!
Eu decidi fazer os 65 km da UAI Reverse, simplesmente, para ter o compromisso com a alimentação e com as atividades físicas.
Nossa, que motivação mais tosca…
Sim, mas esse foi a motivação inicial mesmo…
Eu fui muito disciplinada quando estava treinando para participar do Desafio da Maratona do Rio em 2023.
No entanto, quando ele passou, eu meio que “larguei de mão” a alimentação e algumas práticas esportivas que tinha adquirido enquanto treinava para ele.
Então, pensei:
Bom, já vi que preciso de algo desafiador para me manter motivada com exercícios e alimentação.
E aí surgiu a possibilidade de fazer os 65 km da UAI Reverse.
Depois da inscrição feita em abril, começaram “os problemas” hahahaha…
A metatarsalgia estava quase superada já, quando, em maio, desenvolvi uma tendinite do tibial posterior.
Então, os meses que antecederam a prova foram marcados por desafios físicos e mentais significativos.
Iria conseguir me recuperar a tempo? Como treinar se a recomendação era ficar sem correr por 10 semanas?
Portanto, meu treinador, Allan Dourado, precisou adaptar meus treinos e minha rotina para continuar correndo.
Isso incluiu treinos de corrida menores (quando eu já estava livre para correr) e muita bicicleta e natação (em um período em que água da piscina estava o “Frio da Sibéria”, hahahahah).
@viajarcorrendo "Para chegar ao propósito é necessário aguentar passar pelos processos"… Então, se nadar faz parte do processo para chegar lá, vamos nessa… #viajarcorrendo #corrida #corridaderua ♬ som original – Viajar correndo
Mas eu não queria compromisso? Então, eu tive… Ia enfrentar a água gelada da Sibéria, porque eu sabia que ela seria importante para eu estar pronta.
Inclusive, o meu primeiro treino na rua foi com a camisa da UAI de 2016 para poder me inspirar e fazer com que meu insconsciente captasse a mensagem de que o corpo precisava melhorar logo para poder participar da UAI Reverse…
@viajarcorrendo Primeiro treino de corrida pós lesão! #viajarcorrendo #corrida #corridaderua ♬ Walking Around – Instrumental Version – Eldar Kedem
O mesmo foi com a alimentação…
Quando decidi fazer os 65 km, já conversei com minha nutricionista Rosângela Barbosa para fazermos um programa de emagrecimento.
Isso foi importante para que eu pudesse chegar mais leve à prova.
E ainda serviu para o tratamento da lesão…
Falando em lesão, nesse processo também tive a ajuda de profissionais como:
Já deixo um agradecimento coletivo a todos! Afinal, sem a ajuda desses profissionais, não teria dado conta de curar a lesão.
Ainda dentro da preparação, participar de uma ultramaratona no formato Survivor exige mais do que disposição: é preciso planejamento minucioso.
Cada item da lista de equipamentos obrigatórios é pensado para garantir a segurança e o conforto dos corredores durante o desafio.
Além do que foi exigido pela organização, ainda é preciso pensar em outros itens que varia de acordo com a necessidade de cada um, né?
Vamos conferir o que levei para enfrentar os 65 km da UAI Reverse?
Item exigido pela organização e essencial para quem corre no modo Survivor.
Eu sei a mochila de 8 litros da INOXTO e foi perfeita.
Ela não só permitiu que eu levasse água suficiente entre os postos de controle, mas também serviu para carregar alimentos, equipamentos obrigatórios e outros itens indispensáveis.
Inclusive ela vem com apito embutido, um outro item obrigatório exigido pela organização para os 65 km da UAI Reverse.
Pow, mas um apito? Sim… Ele permite chamar atenção rapidamente em caso de emergência.
Gostou e quer saber mais sobre a Mochila de Hidratação INOXTO 8 L? Então, confira o artigo do Viajar correndo: Mochila de Hidratação INOXTO (ele tem o link para o vídeo com a resenha também).
Também foram exigidos um colete refletivo e lanternas (no mínimo 2, com pilhas extras).
Mesmo com a prova começando cedo, poderia haver a possibilidade de chegar na escuridão, pois a prova tinha um tempo limite de 15 horas.
Levei uma lanterna de mão que era carregada por USB (e para ela levei o cabo para usar com o carregador portátil) e mais duas de cabeça.
No entanto, não usei nenhum desses itens (porque, graças a Deus, cheguei com claridade).
Além do básico, levei a estratégia de alimentação preparada pela minha nutri Rô (mesmo não seguindo na hora, hahahaha).
Também levei o carregador portátil, onde a ideia era alimentar o celular, o Garmin e a lanterna.
Mas aí deixo a pergunta…
O que adianta levar o carregador e não levar os fios? Hahahaha…
Eu saí tão tensa do hotel que deixei os fios do Garmim e do cel em cima da cama. Só tinha o da lanterna. Pelo menos isso!
Por fim, os bastões lindos que sempre me ajudam na subida. E, desta vez, ainda me ajudaram a não patinar na descida com barro e a não ser mordida pelo pinsher quase no final da prova, heheheh…
A entrega dos kits aconteceu em Passa Quatro e foi supertranquila.
Ele veio com o número de peito e a camiseta da prova.
Nós ainda ganhamos a possibilidade de escolher o brinde do atleta, que poderia ser uma camiseta da UD Itamonte, um buffer da UAI Reverse ou uma caneca.
Eu escolhi o buffer e Otávio ia escolher a caneca, mas resolveu pegar a camiseta e me deu. Nem amei… Obrigadaaaaa…
A organização ofereceu transporte de ônibus para os corredores até a largada, em Alagoa.
Essa logística foi muito prática e ajudou a criar uma atmosfera de camaradagem entre os participantes antes mesmo de a corrida começar.
O grupo no WhatsApp do transporte foi intenso de assuntos antes da prova e, até mesmo, depois, hehehe…
Com tudo revisado e em mãos, era hora de descansar, porque sabia que o dia seguinte seria longo e cheio de emoções.
E assim começou minha jornada para encontrar minhas asas.
A largada em Alagoa aconteceu em local fechado, por conta da chuva.
No entanto, a energia entre os corredores era contagiante.
Acredito que a maioria estava por um motivo maior do que apenas correr: provar a si mesmos que somos capazes de superar qualquer limite (me incluí nessa suposição, hehehe).
Assim que a largada foi dada, parti em um ritmo tranquilo.
Afinal, eu sabia que era o início de uma jornada que prometia ser tanto física e mental quanto espiritual.
À medida que deixávamos Alagoa para trás, o grupo ia se espalhando em meio à chuva e aos sons da natureza.
Aliás, os cantos dos sabiás, em especial, foram uma trilha sonora inesquecível. Eles pareciam me acompanhar, como se fossem pequenos guias aéreos, mostrando que eu estava no caminho certo.
Eu fui intercalando corrida e caminhada (nos trechos de muita subida) em busca do primeiro posto de controle.
Ao me aproximar dele, já era possível sentir o cansaço inicial, mas também a empolgação por completar a primeira etapa.
Repus a água das garrafinhas (onde estavam os Liquidz) e desci.
Sobre essas garrafinhas, tem vídeo no canal Viajar correndo sobre os benefícios delas. Para conferir, é só clicar em Melhor garrafa para corrida (boa e barata).
Esse trecho já era conhecido de quando Otávio fez os 65 km da UAI em 2016 e eu fui a Alagoa para buscá-lo.
Era o momento da famosa subida com piso hexagonal (que, no meu caso, foi a descida).
Fui descendo tranquila para não forçar os tornozelos e consegui ir muito bem.
E, passada essa fase, fui sempre no mesmo esquema de intercalar corrida e caminhada.
Mas como tinha bastante trecho plano e de descida, eu consegui correr bem…
Quando cheguei a Itamonte, com 40 quilômetros de prova, comecei a buscar o segundo posto de controle.
Como não achava e já estava chegando ao km 41, resolvi confirmar no trajeto de GPX se estava pelo caminho correto.
Como estava, fui seguindo. Mas, confesso, que comecei a me preocupar de verdade.
Eu já estava 25 minutos atrasada para poder “almoçar”, mas queria aproveitar a estrutura do PC para isso.
Perguntei a algumas pessoas na rua, mas ninguém sabia de nada…
Então, quando vi a Igreja de São José, um local já conhecido por conta da UAI 25 km que tinha feito em 2016, resolvi parar ali mesmo para comer.
Nisso, um outro corredor (que já havia encontrado pelo caminho várias vezes) chegou ali também e decidiu parar para comer.
Era o João Jorge, corredor de Potim, SP.
Depois de “almoçarmos”, encontramos outros corredores e fomos seguindo.
Até que no km 43, o segundo PC apareceu. Fica a sugestão para a organização avisar que o posto será no Ginásio Poliesportivo José Augusto Guimarães.
Assim, a gente já pesquisa antes e se programa mais tranquilamente (e sem passar medo e estresse, heheheh)…
Como já tínhamos comido, a parada foi só para encher as garrafinhas com água para o Liquidz e partir.
No entanto, para quem precisasse tinha aqueles macarrões no copinho (era só colocar água quente) e bastante opção de lanchinhos. Fora isotônico e água.
Ah, e também tinha banheiro.
Então, com tudo pronto, era hora de partir.
Seguimos com uma chuva fina por uma parte da cidade de Itamonte e aí começamos a subir novamente.
Lá no topo, do nada apareceram fotógrafos.
Aí a gente até consegue ânimo: “a força do fotógrafo”, hahaha…
Vieram umas descidas. João se adiantou e eu segui sozinha, porque estava com medo de escorregar.
Meu tornozelo não estava se manifestando e, portanto, não seria um deslize, literalmente, que o faria doer novamente.
Sendo assim, fui conservadora…
Fui seguindo as setas, mas teve um momento que achei que estava perdida.
Então, os anjos mandaram a mensagem de um casal passando por mim.
Excelente… Ou todos estavam perdidos ou eu estava no caminho certo, hahahah…
Tentei, ao máximo, ficar próxima a eles.
Depois de um tempo, vieram mais descidas e eles foram.
Eu me segurei novamente e fui em paz.
Quer dizer, estava com um pouco de medo por estar sozinha e rodeada de “mato”, mas tentei não focar nisso e seguir.
E assim foi até chegar à estrada secundária que me levaria à estrada de entrada para Passa Quatro.
Há momentos na vida que se tornam eternos, e cruzar a linha de chegada dos 65 km da UAI Reverse foi um deles.
Enquanto as últimas passadas ecoavam na minha mente, uma onda de emoção tomou conta de mim.
Não era apenas o fim de uma corrida.
Foi um instante de gratidão – pela saúde, pela jornada e pela oportunidade de descobrir o quanto somos capazes quando nos permitimos ir além.
@viajarcorrendo Cheguei!!! 65 km da UAI Reverse! Busquei minhas asas com louvor 🙏! Em breve, relato… Agora, descanso 😂 🎬 @otavioporto e @ultrarunnereventos ✈️🏃🏻♂️✈️🏃🏻♂️✈️🏃🏻♂️✈️🏃🏻♂️ #viajarcorrendo #uaireverse2024 #uaireverse ♬ som original – Viajar correndo
Isso, na verdade, foi a culminação de meses de preparo, enfrentando água gelada de piscina, correndo no intervalo da escola na Rodovia Washington Luís sob um sol torrante 11h da manhã, tendo dores superadas e força reencontrada.
Mesmo com as limitações físicas que enfrentei durante o ano – entre metatarsalgia e tendinite do tibial posterior – terminei a prova sem dores.
E o melhor, encontrando pessoas queridas na chegada!
Se você quer ter uma noção do que enfrentamos, então, confira o vídeo sobre os 65 km da UAI Reverse!
Nele, compartilho imagens do percurso, reflexões profundas sobre cada etapa e aquele momento único em que cruzei a linha de chegada.
Quando estava editando o vídeo e ainda precisava decidir qual música seria a trilha de fundo, tinha uma que não parava de ecoar na minha mente…
Era uma do Elton John, mas que nunca tinha parado para refletir sobre ela.
Na verdade, nem o nome eu sabia e lá fui eu cantarolar para o Google para descobrir.
Simple Life. Ao ler a letra, tive a certeza de que era ela… Voltando para a vida simples.
E foi essa percepção que os 65 km da UAI Reverse trouxe…
Um dos momentos que mais marcou esse trajeto foi o encontro com fotógrafos no meio do nada.
Lá estava eu, ofegante e coberta de poeira, quando avistei o clique preciso que registrava minha resiliência.
Esses profissionais, sempre posicionados nos lugares mais inesperados, pareciam eternizar nossa garra em momentos críticos.
Por outro lado, houve a solidão.
Percorrer quilômetros em silêncio absoluto, sem ninguém por perto, foi desafiador e, ao mesmo tempo, transformador.
Esses momentos me ensinaram a ouvir meus pensamentos e abraçar minha própria companhia, algo raro na correria da vida cotidiana.
Mas também era melhor estar sozinha do que encontrar cachorros pelo caminho dispostos a te atacar, hahahahah…
Eu amo os animais, principalmente cachorros. No entanto, dois episódios nos 65 km da UAI Reverse foram tensos por causa deles, hahahah…
O primeiro foi ainda nos âmbitos de Itamonte, após sairmos do PC, quando dois cachorros queriam vir atrás de mim e de João.
Nós já deixamos os bastões de prontidão, caso fosse necessário, mas eles só “ladraram” (“Os cães ladram e a caravana passa”, provérbio árabe, hahahaha).
Já o outro drama foi um pinscher entre os kms 62 e 63. Ele avançou em um senhor que passou de bike e depois veio para cima de mim.
Ah… Gritei e apontei os bastões para ele. Não foi preciso usar também, mas já gera uma tensão…
Falando em bastões, eles foram heróis no momento de enfrentar a chuva fina em trechos de descida. Um verdadeiro teste de equilíbrio.
Ultramaratonas não são apenas sobre quilômetros percorridos. São uma jornada repleta de altos e baixos – tanto no terreno quanto na mente.
Como deu para perceber, a UAI Reverse é o tipo de corrida que te transforma, seja pelas dificuldades que aparecem no caminho, seja pela sensação indescritível de conquista ao cruzar a linha de chegada.
Voltei para casa com mais do que uma medalha e um troféu.
Retornei com um coração cheio de gratidão, uma mente renovada e, claro, as asas que descobri ao longo do percurso.
Aliás, o lema da prova sobre encontrar suas asas não poderia ser mais verdadeiro.
Se você também busca uma corrida que vai além do físico, que toca a alma e revela forças que nem sabia que tinha, a UAI Reverse é uma experiência que vale a pena considerar.
E você, já pensou em quais desafios podem te ajudar a encontrar suas asas? Qual foi o maior desafio que você superou? Ficou com dúvidas sobre a prova? Você tem mais alguma informação para complementar?
Então, escreva nos comentários e vamos continuar esta conversa…
Vou aguardar a sua mensagem, mas hoje eu fico por aqui.
Portanto, um super beijo e até a próxima!
Carolina Belo
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