Olááá, tudo bem? Hoje falaremos sobre o que é a dor de lado durante a corrida.
Este é mais um artigo do projeto Corrida em Gotas que vai ao ar todos os domingos no Viajar correndo.
Ele foi pensado para quem gosta de ler (artigo no site Viajar correndo), para quem gosta de assistir (vídeo no Canal Viajar correndo) e para quem gosta de ouvir (Podcast Viajar correndo).
Portanto, se você prefere assistir ou ouvir, basta descer este artigo e você encontrará tanto o vídeo quanto o podcast…
Nesse projeto a ideia é conversar sobre tópicos relacionados à corrida e, é claro, que a gente conta sempre com a sua participação também.
Por isso, caso você tenha alguma dúvida sobre corrida é só escrever aqui nos comentários ou deixar lá no Instagram do Viajar correndo ou da Rio Running Tour.
Aliás, o projeto Corrida em Gotas é um oferecimento da Rio Running Tour, a agência especializada em running tour no Rio de Janeiro.
Dessa forma, quem responderá às perguntas é a Claudia Melo, profissional de Educação Física.
Então, Claudia, o que é a dor de lado durante a corrida?
Essa dor de lado que a gente sente é mais comum do que se imagina.
Na verdade, quem sente mais são os corredores iniciantes.
Isso porque o corredor avançado costuma não sentir.
Não é que ele nunca vai sentir ele vai sentir.
Ele pode sentir, até porque vou falar sobre as possíveis causas e você vai entender o porquê, mas é mais comum no corredor iniciante.
Ou, então, para uma pessoa que é sedentária e que vai dar aquele pique para poder chegar até o ônibus e chega lá bastante ofegante, com aquela dor que, às vezes, preocupa.
Afinal, é uma dor aguda, uma dor muito forte.
No entanto, você não precisa se preocupar se estiver relacionada a uma situação da corrida.
Se depois que você parou de correr, a dor parou também, aí é tranquilo.
Não tem mesmo com o que você se preocupar…
Agora vamos falar um pouquinho sobre as possibilidades, o que pode causar a dor de lado enquanto corremos…
A maioria das dores de lado está relacionada diretamente a um músculo chamado diafragma.
Esse músculo está relacionado diretamente com a respiração.
Então, se você precisa de mais oxigênio, porque você está fazendo uma atividade mais intensa, o diafragma vai ter que trabalhar mais para poder te dar esse aporte de oxigênio,
Dessa forma, ele vai fazer com que você tenha, digamos assim, uma sobrecarga nele.
Se você é um iniciante, isso pode causar fadiga.
Sabe quando você está na sala de musculação fazendo exercício e aí você não consegue manter o total de repetições porque você colocou uma carga muito alta e você se sente cansado?
A mesma coisa acontece com o músculo diafragma.
Entretanto, isso tende a acabar à medida que você vai desenvolvendo a sua planilha de treino, o seu plano de corrida e você vai melhorando o seu condicionamento físico.
Quando você decide correr não é simplesmente sair por aí correndo.
Às vezes, a pessoa acha que só tem que fazer o treinamento das pernas, e não é.
Você precisa de uma postura adequada para correr.
Quando nós falamos de postura adequada para correr, nós estamos falando de ativação de músculos do Core.
Dessa forma, é super importante que você tenha abdômen, quadril e região lombar bem ativadas, bem fortalecidas para evitar que isso não reflita lá no diafragma.
Afinal, uma postura incorreta também pode gerar uma sobrecarga nele.
E aí vem a dor de lado na barriga durante a corrida.
Atualmente, há relatos de cientistas falando que essa dor também pode ser causada pela sobrecarga do baço.
Isso porque quando a pessoa não está acostumada a treinar, ela tem “um desvio de atenção” do seu sistema nervoso.
Por exemplo, a pessoa se alimentou e, portanto, seu sistema nervoso vai direcionar a atenção de aporte sanguíneo para a região que envolve todos os músculos e órgãos do sistema digestório.
O baço é um órgão que requer muito sangue para trabalhar.
Sendo assim, se a pessoa começa a fazer uma atividade muito intensa o que vai acontecer?
Gerar uma “concorrência” de aporte sanguíneo entre dois órgãos diferentes.
É claro que o cérebro vai se adaptar, porque até então ele mandava só para um e agora ele vai ter que mandar para dois.
No entanto, até ele fazer as alterações fisiológicas necessárias para poder dar o aporte de sangue para os dois órgãos, a pessoa pode ter esse desconforto.
Mas eu volto a dizer: o treinamento faz com que as adaptações fisiológicas aconteçam e você passe a não ter mais esse tipo de desconforto.
Já que falamos de alimentação anteriormente, um ponto também muito importante é não comer muito próximo do seu horário de treino.
Portanto, dê pelo menos um intervalo de uma hora ou mais.
Afinal, dependendo do que você come, você precisa até de um intervalo maior.
Por exemplo, o processo de digestão da carne vermelha é muito lento.
E já vimos que enquanto a digestão está acontecendo, o sangue tem que ser enviado para o sistema digestório para cuidar daquela digestão.
Então, se você corre logo após você comer olha a disputa que você vai ter.
Sem contar que o estômago está muito próximo do diafragma.
Sendo assim, faça seu treino longe das refeições.
Uma outra coisa que também é super comum, e que pode parecer besteira, mas eu já percebi isso nos meus alunos: a dor acontece, simplesmente, por questão de respiração fora do ritmo.
Quando você está no seu dia a dia talvez você não perceba, já é um procedimento automático do seu corpo, mas o ar entra e sai sempre na mesma cadência.
Isso pode ser facilmente observado em uma pessoa que está dormindo.
É isso que você tem que buscar para a corrida.
De forma mecânica, no começo, mas que depois automatiza também.
Então, uma dica que eu sempre dava para os meus alunos era a seguinte…
Experimenta correr puxando o ar duas vezes e soltando ar duas vezes.
Como se estivesse tocando uma música, sabe?
Puxa, puxa, solta, solta…
Se você conseguir conjugar isso com a passada, então, mais legal ainda.
Isso porque fica até um ritmo e acaba sendo até divertido, principalmente, se você for uma pessoa bem musical.
Isso ajuda muito!
Outra coisa que também atrapalha e que está relacionada ao ritmo…
E isso pode acontecer até com o corredor avançado…
Inclusive, acontece nos nossos passeios de corrida…
Como a galera que participa possui níveis diferentes e, muitas vezes, não se conhecem, sempre rola aquele papo de corrida.
As pessoas começam, então, a conversar entre um ponto turístico e outro e começam a relatar:
Aí, estou sentindo uma dorzinha de lado. Não sei se eu vou conseguir…
Vai conseguir sim. É só você fechar a boquinha quando estiver correndo, porque eu acho que você está falando demais.
E o que acontece? Exatamente isso… A dor de lado vai embora…
Então, você fala assim:
Mas é um momento de descontração. Eu quero fazer uma social… Não vale?
Vale, porque ali é um passeio, não está sendo seu treino não e você quer fazer uma social.
Portanto, a dica que eu te dou é experimenta falar só quando você for soltar o ar e pela quantidade de ar que você tem.
Normalmente, quando você fala, a vírgula de uma frase significa uma pausa.
Essa é a hora de você puxar mais ar para falar o restante que vem depois da vírgula.
Quando você está correndo não tem como respeitar a vírgula…
Você vai falar enquanto você tiver ar.
Se não tiver mais ar, você vai parar a sua fala no momento mais inoportuno na frase.
Mas você vai parar, vai puxar o ar de novo no tempo correto e vai soltar falando…
Quem corre vai entender que você vai ficar falando igual a um robô…
Você vai falar um pouquinho, puxar o ar, falar mais um pouquinho e falar mais um pouquinho…
Quando você perceber, você já está tirando de letra toda essa questão.
O que acontece quando a pessoa não respeita isso?
Ela fala mesmo já quase sem ar nenhum, na hora de puxar, ela não respeita o tempo de puxar e afeta o ritmo da respiração.
Nesse meio tempo, a pessoa engole ar e gera aquela dorzinha causada pelos gases ingeridos, porque você falou no momento errado.
Essa dor vai sumir se você parar imediatamente ou diminuir o ritmo.
Aí você deve estar se perguntando:
Como é que eu faço? Devo respirar pelo nariz ou devo respirar pela boca durante a corrida?
Esses dois órgãos têm funções diferentes, mas para a respiração todos eles são responsáveis por levar o ar para dentro.
No nariz, esse ar é filtrado pelos pelinhos. Na boca, não há essa filtração, mas o ar entra em maior quantidade.
Então, se você me perguntar:
Afinal, eu vou respirar pelo nariz ou eu vou respirar pela boca?
Depende!
Eu prefiro respirar pelo nariz, porque, de certa forma, também desenvolvo um trabalho maior sobre o diafragma.
Isso porque só pelo nariz o ar vai ter dificuldade de entrar e sair e, portanto, o diafragma vai ter que trabalhar um pouquinho mais.
Mas acontece que, às vezes, o seu ritmo aumenta demais e não dá vazão.
Parece, inclusive, que você vai explodir por dentro, pois você precisa soltar mais ar e o buraco do nariz não dá vazão para isso tudo.
Então, eu vou puxar pelo nariz e vou soltar pela boca.
No entanto, às vezes, o ritmo está muito mais forte, ou então, você está naquela corrida buscando o seu RP (recorde pessoal).
A solução é puxar o ar pela boca e soltar pela boca também, porque vai ficar muito mais fácil realizar as trocas gasosas.
Portanto, tudo depende do momento e do objetivo.
Lembrando que mantendo seus treinos, o condicionamento vem e essa adaptação fisiológica vai acontecer também, diminuindo bastante as dores de lado durante a corrida!
Claudia Melo
Como disse no início deste artigo, se você prefere assistir a ler, confira o vídeo sobre o que é a dor de lado durante a corrida.
E se a preferência for para ouvir, confira o podcast O que é a dor de lado durante a corrida?
Então, depois de tudo o que foi dito, nós vamos ficando por aqui.
No entanto, se você tiver alguma dúvida sobre o tema falado aqui ou sobre corrida em geral, deixe sua pergunta aqui nos comentários ou nos comentários do vídeo e do podcast ou, ainda, nas caixinhas de perguntas do Instagram.
Além disso, não deixe de conferir todos os vídeos do Corrida em Gotas na nossa playlist no YouTube.
Ou, então, todos os artigos do Corrida em Gotas aqui no Viajar correndo…
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Ufa! Portanto, agora a gente vai ficando mesmo por aqui!
Sendo assim, um super beijo e até a próxima (quem sabe com a sua pergunta respondida?),
Carolina
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